O ciclo vital familiar

A Família

A família em que um indivíduo nasce é o primeiro grupo social que ele se insere (ou é inserido? A interpretação é livre). A família, muitas vezes fonte de apoio e sustento, pode também não ser propulsora, assumindo caráter estressor e até de esgotamento.

Foucault nos ensina que a produção da loucura e da família caminhariam lado a lado. Para ele, a família seria a primeira instituição psiquiátrica (risos) que temos contato. Brincadeiras à parte, a comparação deste filósofo é uma alusão ao fato de que, em muitos ciclos familiares, encontramos os mais variados sentimentos, desde o amor, afeto, ternura, segurança e proteção até o ódio, desafeto, ressentimento, inadequação e abandono, por exemplo, o que nos remeteria à loucura (ambiguidade de percepções). Afinal de contas, como poderíamos sentir emoções danosas e conflitivas no conforto de nosso ambiente familiar?

O ciclo vital familiar diz respeito às etapas regulares de um processo de amplitude e (crescimento) adaptação da configuração familiar, para apreender as mudanças e o desenvolvimento de seus membros familiares. Em outras palavras, compreende a constituição de uma família, até a dissolução da mesma às vezes pelo rompimento de vínculos, às vezes pelo curso natural da vida (a morte).

Os segredos familiares

Às vezes em forma de mitos (transgeracionais), às vezes em forma de fantasias, às vezes atrelados a tabus ou mesmo acompanhados por dogmas. De certa forma, os segredos familiares são indispensáveis para a sobrevivência de seu grupo. Ao mesmo tempo, podem apresentar algum risco ao desenvolvimento aos membros familiares, a depender de seu teor, perpetuação e nível de negação.

O fato, é que alguns segredos são silenciados pelas famílias exatamente por elas não disporem de estrutura suficiente para suportá-los. Outros segredos, entretanto, clamam para que sejam ditos!

Apesar da dificuldade de assumir, a família nos ensina a condicionalidade das relações. Isso mesmo! Dentro de um grupo familiar, são transmitidos, instaurados e muitas vezes, exigidos comportamentos travestidos de boas regras de convívio social e cidadania, quando, na realidade, trata-se de uma série de conjunturas – isto é, critérios de aceitação (implicitamente) impostos aos membros familiares (olha aqui
mais um segredo familiar!).

É bem verdade que a família transmite valores, princípios, educação, respeito, carinho e diálogo. Entretanto, é sabido que poucas vezes somos alertados pela própria família de que fora de nosso núcleo familiar, as relações podem ser muitos diferentes daquelas estabelecemos ao longo da vida.

A importância dos vínculos familiares

Cada vez mais, pesquisas científicas têm apontado a importância dos vínculos familiares ainda na primeira infância. Sobretudo porque, nos primeiros anos de vida, uma criança necessita de acolhimento e segurança adequados, para que ela se constitua com uma base segura. As primeiras experiências afetivas positivas, têm forte influência na maneira como percebemos e estabelecemos relações humanas.

Neste espaço de conhecimento, trazemos a importância dos vínculos familiares não somente na primeira infância, mas sim, em todas as extensões da vida, em caráter longitudinal. Os impactos positivos de interações familiares saudáveis são cruciais para a nossa formação enquanto sujeitos e cidadãos, estendemos nossa vivência coletiva familiar ao nível de sociedade.

Por isso, enaltecemos a importância de compreendermos o papel e a influência da família em nossas vidas. Na ausência de uma família saudável (e tudo bem!), é preciso evidenciar os impactos que a falta desta instituição e/ou insuficiência de seus membros propiciaram, seja na forma de trauma, na dificuldade em estabelecer vínculos afetivos, sensação de menos-valia, sentimentos de rejeição ou abandono, abalo da autoestima, entre outros aspectos.

A família é também compreendida como uma das fontes de realização humana em razão da sensação de pertencimento. Ora, se não somos confirmados (principalmente dentro de grupos), tendemos a não nos reconhecermos como humanos. Imagine só, como deve ser crescer dentro de um grupo que não é acolhedor?

Atualmente, sabe-se que famílias flexíveis e afetuosas costumam estimular o desenvolvimento pleno de seus membros. Quanto maior as características de espontaneidade e liberdade entre os indivíduos, maior a capacidade de respeito ao outro, e, concomitantemente, a prevalência da harmonia.
Parafraseando e adaptando o trecho de canção de Caetano Veloso, a família nos faz pensar sobre (…) “cada um sabe(r) a dor e delícia de ser o que é”.

Em tempo: discorrer sobre família é tão complexo e necessário, que abre margem para a construção deste e tantos outros textos neste site. Fiquem ligados!

Para entrar em contato utilize o formulário abaixo

Telefone

(11) 4235-6373

WhatsApp

(11) 98129-0320

4 + 3 =

atendimento
KLAR
Olá, como posso te ajudar?
Caso queira saber mais sobre o atendimento ou agendar uma consulta.
Escreva abaixo.