Cada vez mais a meditação tem se mostrado uma aliada a saúde física e mental, já que auxilia no processo de diminuição de pensamentos preocupantes, fornecendo uma mente mais equilibrada, focada e calma¹. Quando aliada ao processo terapêutico, pode trazer resultados muito satisfatórios para os pacientes.
Apesar de ser bastante difundida como um processo religioso e espiritual, a meditação é como se fosse um treinamento, onde a mente é ensinada a focar-se no momento presente, sendo associada a um maior bem-estar físico, mental e emocional.
Tipos de Meditação
De acordo com a literatura, a meditação é dividida em dois grupos, sendo:
Meditação concentrativa: o treino da atenção é sobre um único foco, geralmente associada a respiração. Nessa técnica, o foco é se concentrar na contagem da respiração, no movimento que a respiração faz no corpo, na sincronização da respiração a um mantra ou a algum som, e sempre que houver alguma distração, o praticante deve retornar a sua atenção para a respiração;
Meditação Mindfulness: é caracterizada pelo processo de trazer a concentração para o momento presente, focando sua atenção no momento presente, livre de julgamentos e sem nenhum tipo de elaboração da situação. Simplesmente deve-se focar no aqui e agora. Essa técnica é bastante utilizada como técnica associada ao tratamento de fobias, crises de ansiedade e crises de pânico, cujo objetivo é desviar a atenção do paciente da situação que lhe traz o sofrimento, auxiliando-o a focar no aqui e agora, desviando a atenção das situações estressoras.
As duas técnicas são bastante utilizadas em conjunto com a terapia, principalmente na terapia cognitiva comportamental, pois auxilia o paciente, em um primeiro momento, a aprender a identificar e controlar determinados pensamentos que causam o prejuízo emocional, assim como facilita no processo de modificação desses pensamentos.
Benefícios da meditação
Muitos estudos demonstram que a meditação afeta o bem-estar psicológico e físico auxiliando na regulação do humor, no controle emocional e na diminuição dos sintomas de diversos transtornos, entre eles o da ansiedade, principalmente quando associada a prática de exercícios físicos.
Realizar atividades físicas, como a corrida, estimula a produção de neurônios, melhorando memória, concentração, atenção, equilíbrio e coordenação, melhorando significativamente o humor⁴. Quando associada a prática de meditação, os exercícios físicos facilitam a concentração da mente, potencializando os efeitos nas cognições citadas. Por isso, é muito comum a utilização combinada do exercício físico com a meditação.
Entre os benefícios da meditação, podemos citar a redução de estresse, já que a prática da meditação, causa uma diminuição de sintomas associados ao estresse, como a dor de cabeça, por exemplo, e, a longo prazo, pode reduzir o nível do estresse, uma vez que afeta, diretamente, na reação do indivíduo às situações que lhe causam o estresse.
Além do estresse, a meditação também auxilia na diminuição de sintomas depressivos, controle da ansiedade, potencialização do autoconhecimento e da autoestima, desenvolvimento do foco nas atividades, redução da perda da memória, ampliação das emoções positivas, redução de vícios, melhora do sono, e benefícios em relação a doenças crônicas.
A prática da meditação no processo terapêutico
A meditação, quando combinada com o processo terapêutico, tem o objetivo de potencializar os efeitos positivos da sessão, já que o praticante dessa técnica consegue ter mais clareza, atenção e tranquilidade nas situações do seu dia a dia, tendo mais facilidade em absorver e colocar em prática os aprendizados da terapia.
Como a meditação envolve um controle maior sobre o fluxo de pensamentos, facilita o processo de identificação de pensamentos disfuncionais, identificação de seus efeitos
sobre os comportamentos do indivíduo nos mais diversos contextos, e na modificação dos pensamentos e padrões comportamentais. Por isso, essa técnica é bastante utilizada no momento da terapia, e como treino diário.
Além dos efeitos na modificação dos pensamentos e numa melhor assimilação dos avanços da terapia, a meditação também pode ser associada à manutenção do humor, ajudando o paciente a manter o humor estável.