Leitura psicológica do filme “Como nossos pais”

Autoconhecimento e resolução de conflitos

Nossa vida possui múltiplas faces, vivemos num enredo em que tudo parece acontecer ao mesmo tempo. Como não se perder de si mesmo em meio a tantos acontecimentos? É isso que o filme brasileiro “Como nossos pais” retrata.

Rosa é uma mulher de 38 anos, que vive conflitos em seu casamento que é considerado fracassado, onde não consegue se entender com seu esposo, ao mesmo tempo Rosa vive em pé de guerra com sua mãe, que lhe confidencia algo que muda a sua vida e a faz questionar quem é. Rosa tem duas filhas, que estão entrando na fase da pré-adolescência, tem um emprego que não é o que gosta, mas é o que traz sustento para sua casa.

No filme, acompanhamos o dia a dia de Rosa, que sempre se vê menosprezada pela mãe, que a compara com os feitos de seu esposo Dado, fazendo-a sentir-se frustrada no seu relacionamento com Dado e em seu emprego, onde se sente desvalorizada e esquecida. No meio desse turbilhão de emoções, Rosa descobre que não era filha biológica do homem que a criou, mas foi fruto de uma aventura de sua mãe.

Acompanhamos as indecisões de Rosa sobre ir ou não atrás de descobrir sobre sua história, sobre contar ou não ao pai de criação sobre não ser filha biológica dele, ao mesmo tempo que a personagem conhece outra pessoa que lhe desperta sentimentos e desejos que há muito tempo estavam encobertos, Rosa vivencia novas experiências, descobrindo uma nova forma de se reconciliar consigo e com sua história de vida. Vemos ela se relacionando com a mãe de uma forma que nunca havia se relacionado, aprendendo a se conectar com a nova Rosa que se descobriu ser.

Longe de ter as respostas para todos os conflitos que vive, vemos Rosa descobrir novos interesses, libertando-se das amarras que ela viveu por toda sua vida. Mesmo se decepcionando com pessoas, Rosa entende o que realmente quer para a sua vida, trazendo um novo olhar para as relações que experimenta.

O que chama a atenção no filme é a mudança que ocorre na vida da personagem, no momento em que se mostra mais perdida e confusa. A mudança ocorre quando a personagem se sente acolhida pelo ambiente e pelas pessoas, o que gerou estímulo para ser quem era, conseguindo se mostrar mais confiante consigo mesma, sem a necessidade de autoafirmação o tempo todo, sobre como era boa como mulher.

Todos nós vivemos conflitos internos e externos. Chegamos em momentos que nos sentimos indecisos sobre possíveis escolhas e consequências. Como lidar com pessoas tão diferentes de nós e com as cobranças e expectativas do que devemos fazer. Tais cobranças e expectativas fazem com que nos afastemos de nós mesmos, arriscando perder nossa essência, o que dificulta uma visão ampla de possibilidades sobre a vida.

O filme retrata exatamente isso. Quando Rosa se propõe a dialogar com sua mãe, ela passa a enxergar uma visão diferente da vida, e até consegue estabelecer uma convivência agradável com Clarice, sua mãe, o que sempre foi muito difícil. Rosa começa a se questionar sobre suas ideias e suas crenças, e a ver que sua forma de pensar muitas vezes a limitava, e ela não conseguia viver plenamente satisfeita consigo mesma e com os outros. Mas essa mudança só foi possível quando Rosa descobriu outras formas de enxergar as situações que vivia, através dos diálogos que ela construía com sua mãe.

O autoconhecimento demonstrado no filme foi primordial para que Rosa experimentasse novas direções em sua história. Se conhecer, entender o que realmente gostava, o que realmente queria para a sua vida a fez tomar decisões que por muito tempo, foram inimagináveis. E essa é uma das propostas do processo psicoterapêutico.

A terapia proporciona uma possibilidade de reencontro do ser com sua essência, uma viagem na descoberta de suas forças e fraquezas, seus limites e suas crenças, com a possibilidade de um novo olhar para si e para o mundo à sua volta.

O caminho do diálogo é a proposta que o filme traz para estimular o autoconhecimento, empatia e para facilitar a convivência nos relacionamentos. Não há um caminho certo ou errado sobre as escolhas que tomamos.

A vida não é uma história pronta, construímos nossa história, como a personagem, todos nós temos crises, conflitos, inseguranças e dilemas, porém, podemos nos reinventar quando nos permitimos, abrimos possibilidades para o autoconhecimento, percebendo crenças que nos limitam e nos prendem em situações que não nos cabem e não nos satisfazem.

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